O Brasil tem medo da verdade. E quando ela vem na voz de um homem que conhece a roça, a reza e o terreiro, o medo vira ataque. Jerônimo Rodrigues falou em enterrar uma era — e quem se sentiu atingido é porque ainda se esconde sob as sobras dessa era. A vala de sua metáfora não era de carne, era de memória. E o que ele quis sepultar não eram pessoas, mas horrores.
Os que se fingem de ofendidos são os mesmos que sorriram diante de chacinas, da fome e da doença. Agora, querem fazer da indignação uma farsa. Mas o povo não é bobo. O povo entende o que Jerônimo disse. E entende por que ele foi atacado. Porque sua fala era uma chave — e a chave assusta quem vive de cadeado.
Jerônimo representa o incômodo. O fim do silêncio. O colapso da máscara. Ele não pediu desculpas por ser real. E por isso, é alvo. Mas também é esperança.
E quem tem o povo como escudo, não teme os dardos da elite.
